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Economia 09/06/2022 às 15:40

Fonte: Mídia News

Escrito por: Mídia News

Inflação desacelera para 0,47% em maio, abaixo das projeções

Inflação desacelera para 0,47% em maio, abaixo das projeções


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Foto Por: Arquivo

Em abril, mês imediatamente anterior, o IPCA havia subido 1,06%, maior variação para o mês desde 1996

 

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), desacelerou para 0,47% em maio, informou nesta quinta-feira (9) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

 

Em abril, mês imediatamente anterior, o IPCA havia subido 1,06%, maior variação para o mês desde 1996.

 

Com a entrada dos novos dados, a inflação chegou a 11,73% no acumulado de 12 meses até maio. Nessa base de comparação, a alta havia sido de 12,13% até abril.

 

Grupos

 

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram avanço de preços em maio. A maior variação veio do ramo de vestuário. A alta foi de 2,11%, com 0,09 ponto percentual de contribuição no IPCA mensal.

 

O maior impacto entre os grupos (0,30 ponto percentual) veio do segmento de transportes, que subiu 1,34%, menos do que em abril (1,91%).

 

No caso dos transportes, a alta foi puxada pelas passagens aéreas, que aceleraram para 18,33% em maio. A alta em abril havia sido de 9,48%.

 

As passagens aéreas responderam pelo maior impacto positivo individual no IPCA do mês (0,08 ponto percentual), ao lado de produtos farmacêuticos, que subiram 2,51% e registraram a mesma contribuição (0,08 ponto percentual). Os produtos farmacêuticos fazem parte do grupo saúde e cuidados pessoais, que avançou 1,01%.

 

"Vale fazer uma ressalva de que a coleta das passagens aéreas é feita dois meses antes. Neste caso, os preços das passagens aéreas foram coletados em março para viagens que seriam realizadas em maio", afirma o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.

 

"A alta deve-se a dois fatores: elevação dos custos devido ao aumento nos preços dos combustíveis e pressão de demanda, com o aumento do consumo, após um período de demanda reprimida por serviços, especialmente aqueles prestados às famílias. Isso impacta, também, alimentação fora do domicílio e itens de cuidados pessoais", acrescenta.

 

No caso dos produtos farmacêuticos, foi autorizado em abril um reajuste de até 10,89% no preço dos medicamentos. Esse reajuste pode ter sido aplicado pelos varejistas de forma gradual, segundo o IBGE.

 

O único grupo a apresentar queda de preços no mês passado foi habitação (-1,70%), contribuindo com um impacto de -0,26 ponto percentual no IPCA do mês.

 

Disparada ao longo da pandemia

 

A escalada da inflação ganhou forma ao longo da pandemia devido a uma combinação de fatores

 

Entre eles, estão a escassez de insumos, a alta dos preços de alimentos e energia com o clima adverso e o avanço do dólar em meio a turbulências políticas do país.

 

No primeiro semestre deste ano, houve o impacto adicional da Guerra da Ucrânia. O conflito provocou aumento do petróleo e de commodities agrícolas no mercado internacional, o que pressiona preços de combustíveis e comida no Brasil.

 

Para tentar conter o IPCA, o BC (Banco Central) vem aumentando os juros, o que dificulta o consumo das famílias e encarece os investimentos produtivos de empresas.

 

O IPCA está em dois dígitos no acumulado de 12 meses desde setembro do ano passado. Assim, caminha para estourar a meta de inflação perseguida pelo BC pelo segundo ano consecutivo.

 

Em 2022, o centro da medida de referência é de 3,50%. O teto é de 5%.

 

Preocupação

 

Com a proximidade das eleições, a escalada da inflação virou dor de cabeça para o presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

A carestia dos combustíveis e alimentos é vista por membros da campanha de Bolsonaro como principal obstáculo para a reeleição.

 

O presidente, incomodado com a situação, anunciou na segunda-feira (6) um pacote de medidas para tentar reduzir o preço dos combustíveis. As iniciativas valeriam até o fim do ano, mas despertam incertezas em relação ao impacto fiscal e dependem da aprovação do Congresso Nacional.

 

Em um cenário de juros maiores, economistas avaliam que a inflação tende a desacelerar no acumulado de 12 meses até dezembro. Contudo, a perspectiva ainda é de IPCA alto.

 

Não à toa, as estimativas de inflação vêm sendo revisadas para cima nos últimos meses. Na mediana, o mercado financeiro projeta IPCA de 8,89% até dezembro, de acordo com a edição mais recente do boletim Focus, divulgada na segunda-feira pelo BC.



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