COP30 inspira Mato Grosso a liderar movimento de transformação de ESG, conectando agroindustrialização, bioeconomia e impacto real

Com a COP30 se aproximando, o mundo volta os olhos para a Amazônia, e Mato Grosso se prepara para mostrar que desenvolvimento e sustentabilidade podem caminhar juntos. No coração do agronegócio brasileiro, o estado começa a protagonizar um novo movimento: transformar o ESG em estratégia real de geração de valor, conectando agroindustrialização, bioeconomia e impacto social.

Segundo dados do estudo A Maturidade ESG nas Empresas Brasileiras: Avanços e Desafios 2024, conduzido pela Beon ESG e Aberje, 51% das empresas já possuem uma estratégia formalizada de sustentabilidade - um crescimento de 14% em relação a 2021.as o avanço do ESG exige mais do que iniciativas corporativas isoladas: precisa envolver o poder público, a sociedade civil e os territórios. No Mato Grosso, onde o agronegócio representa 50% do PIB, cresce a busca por soluções que unam produtividade e preservação.

Há quatro anos em operação no estado, o Impact Hub Cuiabá desenvolve programas que fortalecem o empreendedorismo, fomentam negócios de impacto e impulsionam o desenvolvimento regional. Em parceria com o Sebrae-MT, a organização já impactou mais de 3 mil empreendedores.

"Com nossas metodologias e programas, conseguimos aplicar soluções nos territórios e ver a transformação acontecer de forma concreta. Atuamos como ponte entre inclusão e inovação, entre o campo e a cidade, fomentando novas indústrias, a agroindustrialização e caminhos reais para a bioeconomia. Nosso papel é integrar poder público, Sistema S, cooperativas e sociedade civil para ampliar a renda local e fortalecer um Mato Grosso mais potente, onde propósito, desenvolvimento e sustentabilidade caminham juntos.", afirma Cristiane Furlanetti, diretora e cofundadora do Impact Hub Cuiabá.

Programa Catar: economia circular com impacto real

Com foco em resíduos sólidos urbanos, o Programa Catar é uma iniciativa do Impact Hub Cuiabá que conecta municípios, cooperativas, catadores autônomos, empresas e sociedade civil em uma nova lógica de economia circular: justa, inclusiva e regenerativa. Em vez de ficar restrito ao discurso, o Programa Catar promove ações reais com impacto direto nas comunidades e no meio ambiente.

O cenário reforça a urgência da pauta:

Apenas 58,5% dos resíduos sólidos urbanos têm destinação adequada, o restante (41,5%) vai para lixões ou aterros;

No Mato Grosso, apenas 52% dos municípios fazem a destinação correta dos resíduos sólidos, média abaixo da nacional, segundo dados do Ministério Público do estado;

Em 2024, o MT foi contemplado com aprovação de quatro propostas para receber o "Novo PAC Seleções de Resíduos Sólidos" do Governo federal com investimentos de R$15,4 milhões, o que pode ajudar a mudar essa realidade.

Além disso, o Brasil recicla apenas 4% dos resíduos sólidos urbanos, desperdiçando recursos que poderiam movimentar até R$ 14 bilhões por ano em economia e geração de renda.

De política pública viva a modelo replicável

Diante de um cenário crítico na gestão de resíduos sólidos, iniciativas como o Programa Catar se destacam como caminhos viáveis para transformar desafios ambientais em oportunidades de desenvolvimento. Mais do que uma solução pontual, o Catar é uma proposta de política pública viva, que articula poder público, prefeituras, empresas, cooperativas e cidadãos para tornar a economia circular uma realidade em Mato Grosso.

Embora ainda em fase de implementação, o programa busca a adesão de instituições e governos que compartilhem da mesma causa: tornar o estado uma referência nacional em resíduos zero. A ideia é escalar a proposta por meio de parcerias estratégicas que permitam viabilizar financeiramente sua aplicação em diferentes territórios.

"Mais que um projeto, o CATAR é uma política pública viva, que mostra que a transformação acontece quando todos assumem o seu papel. É uma forma real de transformar promessas em impacto. Porque crescer de forma sustentável é olhar além do PIB, é enxergar a renda dos territórios, reduzir a pobreza multidimensional e criar negócios que resolvem desafios públicos. Assim, o desenvolvimento deixa de ser só papel do governo e passa a ser responsabilidade de todos nós, mato-grossenses", explica Cristiane Furlanetti.

Essa proposta é fruto da atuação do Impact Hub Cuiabá em articulação com lideranças locais e marcos legais que reconhecem o impacto socioambiental como vetor de desenvolvimento. O programa se apoia na Lei de Negócios de Impacto de Mato Grosso, que abre espaço para soluções inovadoras no setor público, e se alinha a iniciativas nacionais como a ENIMPACTO, que promove o fortalecimento de negócios com propósito, e à Taxonomia Sustentável, que orienta investimentos voltados à sustentabilidade.

Impact Hub Cuiabá

O Impact Hub Cuiabá é o primeiro hub[6] de impacto de Mato Grosso, pioneiro em inserir a pauta de Impacto e Inovação no Estado. Atua como catalisador da diversificação econômica local, conectando agronegócio, agricultura familiar, empreendedoras e negócios sociais. Focado em sustentabilidade e inclusão, é referência em compras sociais e políticas públicas para cadeias produtivas locais, atuando junto a governos e empresas para fortalecer a economia regional.

Companhia de Impacto

A Companhia de Impacto é o primeiro grupo de negócios do Brasil 100% dedicado ao impacto socioambiental positivo. Reúne iniciativas como os Impact Hubs de São Paulo, Florianópolis, Porto Alegre e Cuiabá, além da empresa Salto Inclusão Produtiva e do fórum Impacta Mais. Ao longo de mais de 18 anos de atuação, já acelerou mais de 700 startups de impacto e consolidou-se como referência nacional na criação de ecossistemas que combinam inovação, inclusão produtiva, políticas públicas e empreendedorismo com propósito.